A escravidão sem fim

Muitos de nós convivemos em verdadeiras senzalas adoecidos pelo exagero das lidas
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Em nenhum momento da história universal a escravidão teve fim. Ela apenas muda as temáticas, o modus operandi, se camufla dentro de uma utópica liberdade democrática, que não passa de uma disfarçastes. Nascemos e morremos escravos: do tempo, do trabalho, da família, dos compromissos, dos bancos, dos planos de saúde e até das religiões.

Até aí, tudo bem, a gente consegue conviver. No entanto, há um tipo de escravidão, em cuja filosofia se baseia na restrição ao direito e cumprimento de deveres e obrigações que, por vezes não são agraciadas com a recompensa do salário digno, de benefícios, de amparo e garantia da fase final da existência. Nossa escravidão não precisa mais de negros, de África ou de navios negreiros, também não precisa de grilhões ou chicotadas, mas sim de leis e governantes desprovidos de humanidade.

Assim como os escravos do passado, muitos de nós convivem em verdadeiras senzalas, comendo angu de farinha e leite, adoecidos pelo exagero das lidas e ignorados pelo amparo social. Dão-nos salários ridículos e depois nos tomam em forma de impostos abusivos. Não levam em consideração nossa crítica ou repúdio, não nos permitem prosperar, alcançar à justiça, buscar lazer ou poder desfrutar de uma casa grande.

Talvez não saibamos definir que tipo de escravidão experimentamos, até onde iremos suportá-la, ser submissos, medrosos e desesperançosos? Quando você trabalha e seu salário não lhe permite sequer cobrir despesas essenciais, pode ter certeza de que você continua escravo.

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