A venda de sentenças acontece desde antes da bula papal
Mais um esquema de corrupção envolvendo a justiça é descoberto e soma-se a tantos outros já revelados. Fatos dessa natureza levam as pessoas a se perguntarem quem é mais bandido: se os que usam togas ou os que usam máscaras? Aliás, o uso de máscara está fora de moda, uma vez que os roubos em sua maioria são cibernéticos.
O que acontece com a parte mais suja da justiça envergonha a Nação, que no dia a dia vem perdendo a crença nos poderes, especialmente no judiciário. A venda de sentenças acontece desde antes da bula papal, que prometia salvação aos pecadores e que recebeu protestos de Martin Lutero. Maior decepção que essa seria se as pessoas que chegassem ao céu percebessem que Deus não mora lá.
Que moral pode ter esse tipo de justiça, que manda milhares para a cadeia e depois liberta-os por milhões? Que justiça é essa que se vende, que se rende e se escandaliza. A frase de Rui Barbosa sobre a vergonha de ser honesto, se configura em quase todos os setores da sociedade, que veem como tolo aquele que não se utiliza desses expedientes imorais.
Um pedido de justiça, nos dias de hoje, tem menos efeito que atirar garrafas ao mar com pedidos de ajuda. Saber que existem juízes e até desembargadores com tornozeleiras nas canelas é deprimente em todos os sentidos. Imagine como ficam os pais, maridos, mulheres, os filhos, os parentes e os amigos desses falsos profissionais que nos fazem jurar com mão sobre a Bíblia, sob ameaças de prisão por mentiras, enquanto se emporcalham e se entregam de corpo e alma ao diabo.