A crescente pressão dos Estados Unidos sobre a Groenlândia tem levado líderes europeus a reforçar o apoio à Dinamarca na defesa da soberania sobre o território autônomo. Em meio a novas declarações de Donald Trump sobre a intenção de anexar a ilha, autoridades da Europa manifestam solidariedade ao governo dinamarquês nesta terça-feira, 28 de janeiro, durante uma série de reuniões da primeira-ministra Mette Frederiksen pelo continente.
A ofensiva diplomática de Frederiksen teve início na Alemanha, onde encontrou-se com o chanceler Olaf Scholz. Na sequência, a premiê seguiu para a França e a Bélgica, discutindo o tema com o presidente Emmanuel Macron e com Mark Rutte, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Além de abordar a cooperação entre os países europeus, os encontros enfatizaram a importância de um bloco forte em meio às mudanças no cenário geopolítico global e trouxeram a segurança no Ártico e no Atlântico Norte como pauta prioritária.
Desde sua primeira passagem pela Casa Branca, Trump demonstrou interesse na Groenlândia, chegando a sugerir a compra do território, proposta prontamente rejeitada por Dinamarca e autoridades locais. Agora, a retórica do republicano se intensifica, sob o argumento de que o controle da ilha pelos EUA é uma questão de segurança nacional. Rica em recursos naturais e com uma base militar americana já instalada, a Groenlândia ocupa posição estratégica, o que desperta a cobiça de Washington.
Diante das ameaças renovadas após a posse de Trump, o governo dinamarquês decidiu ampliar sua presença na região, anunciando um investimento de 2 bilhões de euros, cerca de R$ 12 bilhões, para reforçar a segurança no Ártico e no Atlântico Norte. A medida reflete a preocupação crescente com a estabilidade da área e a necessidade de preservar a soberania dinamarquesa sobre o território.
A movimentação da Europa marca um posicionamento firme contra qualquer tentativa de ingerência externa, enquanto a Dinamarca se fortalece diplomaticamente para enfrentar os desafios impostos pelo novo governo dos Estados Unidos.