O Ministério Público do Paraguai anunciou que irá investigar uma possível ação de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria como alvos autoridades e órgãos do país com acesso a informações estratégicas sobre as negociações da Usina de Itaipu. O caso foi revelado pelo portal UOL e tem como base uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre a chamada “Abin paralela”.
A suposta operação, planejada no governo de Jair Bolsonaro e que teria sido abortada sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, teria envolvido uma invasão hacker contra sistemas paraguaios para coletar dados sigilosos. Diante das denúncias, o governo paraguaio convocou o embaixador do Brasil, José Antônio Marcondes, para prestar esclarecimentos.
A Procuradoria do Paraguai indicou que, se confirmadas as suspeitas, os atos podem ser enquadrados em crimes como acesso não autorizado a dados e interceptação ilegal de informações. O caso gerou repercussão diplomática e levou à suspensão das negociações sobre o Anexo C do Tratado de Itaipu até que a situação seja esclarecida.
O governo brasileiro nega que a ação tenha sido concretizada e, em resposta às denúncias, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar o vazamento das informações sobre a investigação da Abin. Enquanto isso, o Paraguai segue com suas apurações para determinar o possível impacto da suposta operação.
