Logo após reassumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump cumpriu sua promessa de campanha e assinou o decreto que retira o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. A decisão, oficializada na última segunda-feira (20), reflete a postura já adotada por Trump em seu primeiro mandato, quando promoveu a saída inicial do tratado em 2017.
Embora a medida tenha sido imediatamente anunciada, o procedimento formal segue o artigo 28 do Acordo de Paris, que estipula prazos específicos. De acordo com as regras, o pedido só será efetivado um ano após ser entregue ao depositário, o secretário-geral da ONU, António Guterres. Isso significa que, caso o documento seja recebido ainda em 2025, a saída terá efeito prático em 2026, no segundo ano do atual mandato de Trump.
Apesar de sua postura antiambientalista, Trump manteve os Estados Unidos vinculados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), evitando um rompimento completo com os tratados internacionais. Segundo a gerente sênior de ação climática da WRI Brasil, Míriam Garcia, essa permanência possibilita que o país continue participando de compromissos globais relacionados ao enfrentamento da crise climática.
Especialistas destacam o impacto de uma saída prolongada dos EUA em um cenário climático já crítico. Bruno Toledo, do Instituto ClimaInfo, ressalta que, ao contrário de 2017, quando o Acordo de Paris ainda estava em seus primeiros anos, o atual contexto é marcado por urgência e pela necessidade de ação coletiva. A decisão de Trump, segundo ele, acontece em um momento de maior pressão global para o cumprimento de metas ambientais.
Enquanto a saída formal ainda depende de prazos burocráticos, a medida reforça a postura isolacionista do governo Trump em relação ao combate às mudanças climáticas, gerando incertezas sobre o papel dos Estados Unidos como líder global em questões ambientais.