Impactos do bullying no desempenho escolar no Brasil

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A pesquisa trouxe dados preocupantes. No 4º ano, 24% dos alunos afirmaram ser vítimas de bullying

O bullying, um problema recorrente nas escolas brasileiras, tem provocado impactos significativos no desempenho acadêmico dos estudantes, de acordo com o Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss). Dados divulgados nesta quarta-feira (4) revelam que alunos que relataram sofrer bullying tiveram até 72 pontos a menos em testes de matemática e ciências em comparação com aqueles que afirmaram não vivenciar esse tipo de violência.

A pesquisa, que avalia o desempenho de estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental, trouxe dados preocupantes. No 4º ano, 24% dos alunos afirmaram ser vítimas de bullying e obtiveram uma média de 368 pontos em matemática e 387 em ciências, resultados abaixo do nível considerado básico pelo exame, que exige pontuação mínima de 400. Já os 48% que disseram não sofrer bullying alcançaram médias de 427 pontos em matemática e 459 em ciências.

O cenário no 8º ano é semelhante, com 23% dos estudantes relatando casos de bullying. Esses alunos obtiveram médias de 384 pontos em ciências e 346 em matemática. Em contrapartida, os 43% que alegaram nunca ou quase nunca serem vítimas dessa violência registraram 446 pontos em ciências e 403 em matemática, números mais próximos da média internacional.

A Lei 13.185/2015 determina que escolas e organizações recreativas devem adotar medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying. Apesar disso, a prática continua sendo um desafio. Ela inclui comportamentos como insultos, apelidos pejorativos, isolamento social e até agressões físicas, podendo ocorrer tanto presencialmente quanto no ambiente digital.

Esta foi a primeira participação do Brasil no Timss, aplicado em 2023 em 44.900 estudantes de 796 escolas do 4º ano e 849 do 8º ano, abrangendo redes públicas e privadas. A pesquisa mostrou que mais da metade dos alunos brasileiros não possui conhecimentos básicos de matemática e mais de um terço enfrenta dificuldades nas noções elementares de ciências, posicionando o país abaixo da média global nessas disciplinas.

Organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), o Timss oferece uma visão comparativa entre diferentes nações e ao longo do tempo. A adesão do Brasil ao estudo representa uma oportunidade de compreender as lacunas educacionais e os desafios sociais que afetam o aprendizado. Os resultados reforçam a urgência de ações eficazes para combater o bullying e melhorar a qualidade da educação no país.

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