O governo federal apresentou nesta terça-feira (11) a publicação “Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais”, um material voltado à construção de um ambiente digital mais seguro e equilibrado. O documento traz recomendações para pais, responsáveis e educadores, abordando os impactos do uso excessivo das telas na saúde mental e na segurança online.
Durante o lançamento, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou que o tempo prolongado diante das telas pode levar a problemas como ansiedade, depressão, sedentarismo e cyberbullying. Segundo ela, o guia foi elaborado com base em estudos científicos e na escuta de crianças, adolescentes, famílias e educadores, sendo atualizado periodicamente.
A secretária-executiva do ministério, Janine Mello, ressaltou que a exposição digital das novas gerações é mais intensa e difícil de ser supervisionada em comparação com o passado, quando o acesso a tecnologias como televisão e videogames era mais restrito. O conteúdo digital atual, projetado para maximizar o engajamento, amplia esse desafio.
O guia também foi comentado pelo secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, que enfatizou a importância de um pacto social para valorizar o uso positivo das telas e estabelecer limites adequados. Ele ressaltou que as famílias precisam de informação para definir regras e orientar as novas gerações sobre o mundo digital.
O documento detalha o funcionamento das plataformas digitais e os modelos de negócios que incentivam a permanência prolongada dos usuários. Entre as principais recomendações, estão a proibição do uso de telas por crianças menores de dois anos, a não distribuição de celulares próprios para menores de 12 anos e o acompanhamento familiar no uso de dispositivos por adolescentes.
A publicação também coincide com a entrada em vigor da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares por estudantes durante as aulas na educação básica. A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Kátia Schweickardt, afirmou que o material será utilizado para orientar escolas e famílias sobre a importância da medida. Para ela, a ideia não é apenas proibir o uso de telas, mas estimular interações positivas e alternativas saudáveis.
Coordenado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o guia contou com a participação de diversos ministérios e reforça a necessidade de um olhar atento sobre o impacto do ambiente digital na juventude. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, 93% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos utilizam a internet, e o acesso precoce tem aumentado significativamente nos últimos anos.
Para especialistas envolvidos na elaboração do guia, a exposição excessiva às telas é um desafio presente em lares de todas as classes sociais, impactando a vida e o futuro das novas gerações. O documento busca equilibrar o uso das tecnologias digitais, garantindo que possam ser ferramentas de aprendizado e desenvolvimento sem comprometer o bem-estar das crianças e adolescentes.
