Os bombardeios americanos no Iêmen, realizados no sábado (15), resultaram em ao menos 31 mortos e mais de 100 feridos, intensificando a instabilidade na região. Em resposta, os rebeldes houthis prometeram retaliação, enquanto o governo iraniano condenou os ataques e alertou para consequências.
Os ataques aéreos atingiram a capital Sanaa, além de outras localidades no centro e no norte do país. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a ofensiva como uma “ação militar decisiva” e afirmou que o objetivo é desmobilizar os insurgentes, considerados uma “ameaça” à segurança global. “Usaremos uma força letal avassaladora até atingirmos nosso objetivo”, declarou Trump em sua rede social Truth Social.
As autoridades locais, controladas pelos houthis, informaram que a maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças. O grupo rebelde, que domina amplas áreas do Iêmen, incluindo Sanaa, reagiu afirmando que “os ataques não ficarão sem resposta” e que seus combatentes estão prontos para uma “escalada proporcional”.
A ação militar ocorre em meio a um aumento da pressão de Washington sobre Teerã, principal aliada dos houthis. Além de tentar forçar uma renegociação do programa nuclear iraniano, os Estados Unidos também buscam reafirmar apoio a Israel, que recentemente se tornou alvo de novas ameaças do regime houthi.
No último dia 11, os houthis anunciaram a retomada dos ataques contra embarcações que consideram vinculadas a Israel no Mar Vermelho. Segundo os insurgentes, a medida foi adotada em resposta à interrupção do fornecimento de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
O governo iraniano reagiu prontamente aos ataques, classificando-os como “bárbaros” e acusando os Estados Unidos de causarem a morte de “dezenas de mulheres e crianças inocentes”. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, criticou Trump e declarou que Washington “não tem direito de ditar a política externa do Irã”. O comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, afirmou que seu país responderá “de forma apropriada” a qualquer ameça.
Diante da escalada de tensão, a Rússia também se manifestou, pedindo que todas as partes evitem o uso da força no Iêmen. O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, conversou com seu homólogo americano, Marco Rubio, e defendeu um “diálogo político” para conter o avanço do conflito.
O aumento da instabilidade no Oriente Médio reacende preocupações sobre uma possível expansão dos combates na região e seus impactos sobre a segurança internacional. Com ameaças de retaliação e declarações inflamadas de ambos os lados, a tensão entre os EUA, Irã e os houthis parece longe de um desfecho pacífico.