Coreia do Sul revive cenário de tensão após decreto presidencial

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O episódio traz à tona memórias de um passado turbulento, marcado por regimes autoritários e lutas pela liberdade

A Coreia do Sul, conhecida como um dos pilares democráticos da Ásia, enfrenta um momento de incerteza após o presidente Yoon Suk Yeol decretar Lei Marcial. O episódio traz à tona memórias de um passado turbulento, marcado por regimes autoritários e lutas pela liberdade.

Desde o armistício da Guerra da Coreia, em 1953, o país passou por diversas oscilações entre ditaduras e conquistas democráticas. Após o conflito que devastou a península, Syngman Rhee, então presidente sul-coreano, consolidou o poder de forma autoritária. Sob o pretexto de preservar a ordem, declarou Lei Marcial e se autoproclamou presidente vitalício. Sua postura resultou em protestos em massa, muitas vezes reprimidos com violência, e culminou na sua renúncia e exílio.

Mas o alívio trouxe apenas uma breve pausa na instabilidade política. Em 1961, um golpe militar liderado por Park Chung-hee colocou o país novamente sob um regime autoritário. Durante os anos 70, com a popularidade do general em declínio, a Lei Marcial foi restabelecida, acirrando tensões sociais e políticas.

A repressão não impediu o avanço de movimentos civis. Em 1980, uma onda de revoltas nacionais, lideradas por estudantes e sindicatos, enfrentou o governo, resultando em novos confrontos. Apenas em 1988 o país conseguiu consolidar sua democracia com a eleição direta de Roh Tae-woo, que supervisionou a transição para um sistema político mais aberto e garantiu a transferência pacífica de poder a um sucessor civil.

Desde então, a Coreia do Sul se destacou por sua liberdade de expressão, seus protestos vibrantes e a alternância pacífica de lideranças políticas. O decreto de Yoon, no entanto, levanta preocupações sobre uma possível regressão, reacendendo debates sobre a força das instituições democráticas no país.

A decisão já provocou reações internas e internacionais, enquanto a população observa com apreensão os desdobramentos de uma medida que evoca capítulos difíceis da história sul-coreana. O cenário atual promete testar não apenas a resiliência do sistema político, mas também o compromisso da sociedade com os valores democráticos conquistados a duras penas.

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