Banco Central eleva juros em meio a incertezas econômicas

A medida já era esperada pelo mercado financeiro
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Diante da alta do dólar e das incertezas em relação à inflação e à economia global, o Banco Central decidiu aumentar novamente a taxa básica de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) aprovou por unanimidade a elevação da Selic em 1 ponto percentual, atingindo 13,25% ao ano. A medida, que já era esperada pelo mercado financeiro, foi antecipada na reunião do órgão realizada em dezembro.

Este é o quarto aumento consecutivo da Selic, que agora atinge seu maior nível desde setembro de 2023. A decisão reflete uma postura mais rígida na política monetária para conter a inflação, que tem sido pressionada pelo aumento dos preços dos alimentos, mesmo com a manutenção da bandeira verde nas contas de luz.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para medir a inflação oficial, registrou alta de 0,52% em dezembro, acumulando 4,83% em 2024. Esse valor já supera o teto da meta do ano anterior. Com a implementação do modelo de meta contínua, que acompanha a inflação acumulada em 12 meses, o Banco Central deverá monitorar mensalmente os resultados, ajustando suas estratégias conforme necessário.

As previsões do mercado apontam para um cenário mais desafiador. Segundo o boletim Focus, a inflação pode fechar o ano em 5,5%, superando a meta estipulada. No último relatório divulgado em dezembro, o Banco Central manteve sua projeção para o IPCA em 4,5%, mas a evolução do câmbio e dos preços pode levar a ajustes nas estimativas futuras.

A elevação da Selic impacta diretamente o crédito e o crescimento econômico. Juros mais altos tornam os empréstimos mais caros, reduzindo o consumo e a produção. Por outro lado, essa estratégia ajuda a conter a inflação ao desestimular a demanda. O Banco Central revisou para 2,1% sua previsão de crescimento do PIB para 2025, enquanto o mercado projeta um avanço de 2,06%.

A taxa básica de juros influencia todas as demais taxas da economia, sendo utilizada como referência para negociações de títulos públicos e operações financeiras. Seu aumento freia a pressão sobre os preços, ao mesmo tempo em que pode dificultar a recuperação econômica. Para reduzir a Selic, o Banco Central precisará avaliar se a inflação está sob controle e se há espaço para flexibilizar a política monetária sem comprometer a estabilidade dos preços.

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