Corte de juros nos EUA e aumento da Selic no Brasil gera reações negativas

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A decisão contrasta com a política monetária de países como os Estados Unidos, que recentemente reduziram suas taxas de juros

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano gerou insatisfação entre políticos, empresários e sindicatos, que veem na medida uma ameaça à recuperação econômica do país. A decisão contrasta com a política monetária de países como os Estados Unidos, que recentemente reduziram suas taxas de juros.

A deputada federal Gleisi Hoffman (PT), presidenta do partido, criticou duramente o aumento, classificando-o como injustificado em um cenário global de corte nos juros. Segundo ela, a decisão do Banco Central aumenta os custos da dívida pública em R$ 15 bilhões, recursos que, na sua visão, poderiam ser destinados a áreas essenciais como educação e saúde.

O setor produtivo também reagiu com preocupação. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) argumentou que o aumento da Selic vai impor restrições desnecessárias à economia, prejudicando o emprego e a renda, enquanto países desenvolvidos seguem o caminho oposto, reduzindo suas taxas de juros. Ricardo Alban, presidente da CNI, afirmou que a decisão coloca o Brasil na contramão do cenário internacional.

No Rio de Janeiro, a Federação das Indústrias (Firjan) considerou a medida precipitada e alertou que o aumento dos juros compromete o setor industrial, que ainda opera abaixo dos níveis pré-crise. A entidade acredita que o risco inflacionário não é claro o suficiente para justificar tal elevação.

Já a Associação Paulista de Supermercados (Apas) destacou que o Brasil já possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo, o que dificulta o investimento necessário para um crescimento econômico sólido e sustentável.

As centrais sindicais também se manifestaram contra o aumento da Selic. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que a política monetária praticada pelo Banco Central está boicotando o desenvolvimento do país, enquanto a Força Sindical acusou o Copom de favorecer especuladores financeiros em detrimento da produção e do consumo das famílias brasileiras.

A decisão do Copom, em um momento em que o mundo caminha para a redução de juros, levanta questionamentos sobre a estratégia do Banco Central e seu impacto na recuperação econômica e no bem-estar da população.

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