Lucro dos bancos sobe para R$ 145 bi, mas rentabilidade cai em 2023

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A rentabilidade do sistema bancário apresentou uma queda de 0,6 ponto percentual

O lucro líquido dos bancos atingiu a marca de R$ 145 bilhões no ano passado, registrando um aumento de 5% em comparação com 2022. No entanto, a rentabilidade do sistema bancário apresentou uma queda de 0,6 ponto percentual, chegando a 14,1% no ano de 2023.

É importante entender a diferença entre lucratividade e rentabilidade: enquanto a lucratividade compara o lucro final com o faturamento, levando em conta custos e formação de preços, a rentabilidade avalia o lucro final em relação ao patrimônio e aos investimentos realizados. Em outras palavras, a rentabilidade mede a capacidade do negócio de gerar retornos com base no capital investido.

Segundo o Relatório de Economia Bancária, divulgado pelo Banco Central (BC), a rentabilidade do sistema bancário, medida pelo Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE), apresentou uma leve redução em 2023. Essa variação foi heterogênea dentro do grupo das instituições financeiras (IFs) de maior importância. Apesar disso, o Brasil ainda figura entre os países com rentabilidade bancária mais elevada no mundo, embora tenha enfrentado declínio nos últimos dois anos. Nesse ranking, estamos atrás do México e da Índia, mas em um patamar similar ao da Indonésia.

O aumento de ativos problemáticos foi o principal fator que impactou a redução na rentabilidade. A distribuição diferenciada do ROE entre as IFs está relacionada às estratégias adotadas na gestão de risco de crédito durante e após a pandemia de covid-19, bem como aos riscos de mercado nos ciclos recentes de elevação e queda da taxa básica de juros.

Esses ativos problemáticos levaram os bancos a aumentarem suas provisões, que são as reservas destinadas ao pagamento de dívidas de crédito (calotes). O comprometimento de renda das famílias, a redução da capacidade de pagamento das empresas e o caso das Lojas Americanas, que entraram em recuperação judicial em janeiro de 2023 devido a fraudes contábeis e acumularam prejuízo nos anos anteriores, também influenciaram esse cenário.

Apesar desses desafios, o BC observa que as despesas com provisões estão se estabilizando. A manutenção da qualidade das concessões e a redução das estimativas de perdas nas carteiras das IFs contribuem para uma menor necessidade de provisionamento. As provisões constituídas são consideradas adequadas, superando as estimativas de perdas esperadas.

Além disso, as diferenças de rentabilidade também estão relacionadas à eficiência operacional, à gestão de risco pré-fixado na carteira de títulos e aos efeitos da crescente competição no Sistema Financeiro Nacional (SFN).2de10

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