Apesar dos números esses empreendedores enfrentam disparidade de renda
Uma pesquisa do Sebrae, baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, revela que o Brasil possui 29,9 milhões de empreendedores, dos quais 15,9 milhões são negros, representando 52% do total. No Ceará, esse índice é ainda mais expressivo, com cerca de 70% dos donos de negócios sendo negros.
Apesar de serem maioria, os empreendedores negros enfrentam desafios significativos. Keysa Mascena, pesquisadora do programa SEMEAD PQJr e a Cactvs, aponta que os negros muitas vezes iniciam seus próprios negócios devido à segregação no mercado formal, mas continuam a enfrentar marginalização no empreendedorismo. “Existe uma grande discrepância para esse público”, afirma a pesquisadora, destacando que a cultura de exclusão ainda é forte em todo o Brasil.
Um dos principais problemas apontados é a diferença nos ganhos. Enquanto empresários brancos do sexo masculino ganham, em média, R$ 3.231,00 mensais, os homens negros donos de negócios faturam cerca de R$ 2.188,00, uma diferença de 32%. A situação é ainda mais grave para as mulheres negras, que têm uma média de ganhos de R$ 1.852,00, comparado aos R$ 2.706,00 das empreendedoras brancas.
Além da disparidade de renda, os empreendedores negros enfrentam dificuldades para obter crédito, acesso a redes de apoio e oportunidades de formação, limitando o crescimento de seus negócios. Segundo Keysa, superar essas barreiras é essencial para alcançar equidade no setor.
