PIB do Nordeste cresce menos que o do País em 2023-2024, aponta estudo

Comportamento da agropecuária e da indústria ajuda a explicar porque aumento do PIB nordestino foi inferior ao de três outras regiões brasileiras, superando apenas o do Sudeste
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste cresceu anualmente abaixo da média nacional no biênio 2023-2024, conforme aponta estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre).
Enquanto o País teve crescimento anual médio de 3,3%, a região teve desempenho ligeiramente inferior, com expansão média do PIB ficando em 3,2%, acima apenas do verificado no Sudeste, que cresceu em média 2,9% no período analisado. As regiões Centro-Oeste, Sul e Norte cresceram, respectivamente, 4,6%, 4,3% e 3,7%, em média por ano.
Quando isolados os anos de 2023 e 2024, a comparação do PIB do Nordeste com o do Brasil mostra dois momentos diferentes. No primeiro ano pesquisado, a região teve crescimento bem inferior à média nacional, avançado 2,4%, ante 3,2% de expansão da economia brasileira. Já no ano passado, o Nordeste cresceu 3,9%, ou meio ponto percentual a mais que o País, cujo PIB cresceu 3,4%.
Entre os fatores que explicam o crescimento do PIB nordestino abaixo do nacional no biênio estão o comportamento da indústria que cresceu abaixo da média brasileira tanto em 2023 (quando registrou queda de 0,9%, a propósito) quanto em 2024. A agropecuária por sua vez teve um desempenho bem acima do nacional no ano passado, mas muito inferior ao verificado no País em 2023, quando a safra recorde colhida, principalmente, nas regiões Sul e Centro-Oeste, puxaram o crescimento do setor para impressionantes 16,3%, ante 5,5% registrado no Nordeste.

A pesquisadora do FGV/Ibre, Juliana Trece, lembra que “a agropecuária nordestina tem características um pouco diferentes das do Centro-Oeste, por exemplo, que é mais mecanizada e mais voltada para exportação. No Nordeste, tem muito mais agricultura familiar e uma produção mais diversificada. Mas um crescimento de 5,5% não pode ser considerado baixo, o do Brasil é que foi excepcional. Além disso, esse foi o setor que mais cresceu no Nordeste em 2023”.
Quanto ao desempenho do setor industrial, embora tenha havido desempenho inferior ao nacional nos dois anos pesquisados, em 2023 houve queda nas principais indústrias, conforme a pesquisadora, principalmente a de transformação, a da construção civil e a extrativa.

Em 2024, por outro lado, apenas a indústria extrativa apresentou queda, enquanto as demais apresentaram recuperação, o que resultou em um crescimento de 3,1%, abaixo, contudo, dos 3,3% registrados no País.

A região vem se consolidando, porém, na indústria relacionada às fontes renováveis de energia. “O Nordeste tem ganhado espaço no setor e se tornado um polo nacional, principalmente de geração eólica”, diz Juliana.

“A tendência é que isso se amplie, principalmente porque estamos numa fase agora de regulamentação da energia eólica offshore, o que pode ser uma oportunidade para a região”, acrescenta.

Por fim, o setor de serviços no Nordeste foi o único que cresceu mais que a média nacional nos dois anos pesquisados. Em 2023, o avanço foi de 2,9% ante 2,8% verificado no Brasil.

No ano passado, a expansão do setor na região foi ainda maior, de 3,9%, ante 3,7% na média do País.

Fonte- O Povo


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