A indústria automotiva brasileira iniciou 2025 em ritmo acelerado, registrando um crescimento de 14,8% na produção de veículos nos dois primeiros meses do ano. No período, foram fabricadas 392,9 mil unidades, conforme dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O aumento expressivo está ligado, em parte, à retomada das exportações, que ganharam força neste início de ano.
Um dos principais fatores para o desempenho positivo das exportações foi o crescimento de 172% no envio de veículos para a Argentina em relação ao mesmo período de 2024. No total, o Brasil exportou 76,7 mil unidades nos primeiros dois meses de 2025, volume 55% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, sendo que 62% desse total teve como destino o país vizinho.
No mercado interno, as vendas também apresentaram avanço significativo, crescendo 19% e alcançando 356,2 mil unidades no primeiro bimestre. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ressaltou que esse crescimento ocorre em um momento de aumento da participação dos veículos importados, que representam mais de 21% das vendas totais. Desde 2012 não se via uma presença tão forte de modelos estrangeiros, especialmente dos eletrificados chineses, que têm conquistado uma fatia crescente do mercado brasileiro.
Entre os segmentos de maior destaque, os veículos pesados, especialmente ônibus, registraram avanço expressivo. O setor teve 3,7 mil unidades emplacadas e 4,3 mil fabricadas nos dois primeiros meses do ano, o que representa um aumento de 50% e 11% em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente. De acordo com a Anfavea, a aceleração na produção e nas vendas está diretamente relacionada às entregas dentro do programa Caminho da Escola e à retomada do transporte municipal.
O início de 2025 demonstra um cenário promissor para a indústria automotiva, com uma combinação de fatores internos e externos impulsionando a produção e as vendas. A continuidade desse crescimento dependerá da estabilidade econômica e da demanda internacional, especialmente dos principais mercados compradores dos veículos brasileiros.