Sem acesso à rede elétrica, projetos com investimentos de R$ 115 bilhões ficam travados no Ceará

Operador Nacional do Sistema Elétrico já teria negado pelo menos três iniciativas de produção de hidrogênio verde e uma de data center
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A falta de previsibilidade de ligação na rede elétrica nacional pode fazer com que o Ceará perca grandes investimentos de geração de hidrogênio verde (H2V) e de instalação de data centers. A medida, inclusive, pode retirar o Brasil do protagonismo da corrida global que visa uma transição energética verde.

Isso porque o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) negou acesso de pelo menos quatro empreendimentos à rede elétrica. São eles os projetos de H2V da Fortescue, Voltalia e Casa dos Ventos, além do projeto de data center, também da Casa dos Ventos. Somadas as quatro iniciativas podem chegar a R$ 115 bilhões (usando como base o investimento divulgado pelas empresas no lançamento dos projetos).

Conforme o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC) Raphael Amaral, são necessários estudos técnicos de viabilidade para saber os impactos que estes grandes empreendimentos vão trazer à rede nacional.

Ele comenta que possivelmente é necessário construir linhas de transmissão e subestações no sistema para poder abrigar estes investimentos.

“Só que o problema é que demora muito. Até que se faça os estudos, saia edital de leilão, de construção de linhas de transmissão, e que tudo esteja pronto, é na ordem de 7 a 8 anos. Eles precisam dar aos investidores a segurança, mas o poder público trabalha com o prazo de 2032 e as empresas com 2029. Aí está o impasse”.

Caso de negativa da Fortescue
A negativa do ONS ocorreu ainda no mês de janeiro, mas veio à tona somente nesta semana, puxado pelo caso da Fortescue. Segundo o country manager da empresa no Brasil, Luís Viga, a desaprovação, no primeiro momento, foi uma surpresa para o mercado. Assim, rapidamente, a empresa buscou diálogo com os governos federal e estadual para que “rapidamente, os projetos voltem a ter possibilidade de conexão (com a rede elétrica)”.

As tratativas resultaram em uma reação imediata do Ministério de Minas e Energia (MME) com a determinação da elaboração de estudos para ampliar a rede de transmissão em 4 gigawatt (GW), em uma área que abrange Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Fonte- Diário do Nordeste

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