Sobretaxas dos Estados Unidos podem abrir novas oportunidades comerciais para o Brasil

A medida impõe a necessidade de uma estratégia comercial eficiente, explorando novos mercados e reforçando acordos
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A recente decisão do governo dos Estados Unidos de sobretaxar produtos brasileiros em 10% pode representar tanto um desafio quanto uma oportunidade para o Brasil no cenário global. Segundo o economista e professor da Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Adalmir Marquetti, essa medida impõe a necessidade de uma estratégia comercial eficiente, explorando novos mercados e reforçando acordos internacionais.

Em entrevista ao jornal Repórter Brasil, da TV Brasil, Marquetti enfatizou a urgência da ratificação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Para ele, essa parceria pode minimizar os impactos negativos da decisão norte-americana, fortalecendo tanto a balança comercial quanto a de serviços. O economista alertou que, embora o Brasil mantenha um saldo positivo na balança comercial, o mesmo não ocorre com a balança de serviços, que apresenta um déficit significativo.

Diante desse cenário, Marquetti ressaltou a importância da estratégia diplomática do governo brasileiro. Ele citou como exemplo as recentes viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão e ao Vietnã, ressaltando que esses países emergentes possuem relevância crescente na economia global. A busca por novos parceiros comerciais pode compensar eventuais perdas com o mercado norte-americano, diversificando as exportações brasileiras.

O economista destacou que a sobretaxação anunciada pelos Estados Unidos está restrita à importação de bens, não afetando serviços, setor em que o país norte-americano é um dos maiores exportadores globais. Essa diferença abre espaço para que o Brasil adote uma abordagem mais abrangente em suas negociações comerciais, abrangendo não apenas produtos primários, mas também manufaturados e serviços de maior valor agregado.

O professor ressaltou que outros países também devem reagir às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, o que pode redistribuir o comércio internacional. Como consequência, o Brasil poderia expandir sua presença no mercado global, aproveitando a redução de compras norte-americanas por parte de outras nações. Marquetti apontou que a China já vem aumentando a aquisição de produtos agrícolas brasileiros e defendeu uma amplificação desse movimento para incluir também bens industrializados.

A conjuntura atual, segundo Marquetti, representa uma oportunidade para que o Brasil refine sua pauta de exportação, promovendo produtos com maior valor agregado. Ao investir na industrialização e na diversificação da economia, o país pode transformar uma adversidade em um impulso para avanços econômicos e comerciais a longo prazo.

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