A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quinta-feira (6) a Operação Panaceia, investigando um esquema de desvio de recursos públicos destinados à saúde em Goiás. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Goiânia e Brasília, e determinado o sequestro de mais de R$ 28 milhões dos investigados.
O foco da investigação são contratos firmados entre o governo estadual e a organização social Instituto Gerir entre 2012 e 2018. De acordo com a PF, há indícios de que a entidade subcontratava empresas ligadas a políticos e aos próprios administradores para desviar parte dos recursos destinados à gestão de hospitais públicos. A CGU apontou que a terceirização generalizada e a falta de especificação nos contratos impediram a fiscalização adequada, facilitando o pagamento por serviços sem comprovação.
A entidade investigada recebeu mais de R$ 900 milhões em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e é suspeita de ter utilizado parte desse montante para o pagamento indevido de políticos e gestores. O esquema teria ocorrido durante o governo de Marconi Perillo, que hoje preside o PSDB. Em nota, Perillo repudiou as investigações, classificando-as como “armação” e “operação encomendada”. Ele negou qualquer envolvimento e afirmou ser vítima de perseguição política.
O governo de Goiás destacou que a atual gestão não tem relação com os fatos investigados e que a organização social envolvida na apuração não presta serviços desde 2019. Além disso, ressaltou que, nos últimos anos, foram implantados mecanismos de controle para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos e prevenir fraudes.
A Operação Panaceia reforça o trabalho de combate à corrupção e ao desvio de verbas na saúde, setor que, historicamente, enfrenta desafios relacionados à má gestão e irregularidades na administração de hospitais e contratos públicos. As investigações continuam e os envolvidos podem responder por crimes como peculato, corrupção e formação de organização criminosa.