Lira critica Carrefour e defende reciprocidade em relações comerciais

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O parlamentar também expressou preocupação com os impactos da declaração nos mercados internacionais

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta terça-feira a aprovação de um marco legal que imponha reciprocidade em medidas de proteção ambiental nas relações comerciais internacionais. Durante evento da Frente Parlamentar da Agropecuária, Lira condenou a postura do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou na semana passada a suspensão da comercialização de carnes do Mercosul, alegando descumprimento de normas sanitárias da União Europeia.

Bompard se retratou nesta terça-feira, mas a resposta foi considerada insuficiente por Lira. Para o presidente da Câmara, o episódio reflete uma escalada de narrativas equivocadas que prejudicam a imagem da produção brasileira no exterior. Ele cobrou uma retratação mais contundente e formal que reconheça a qualidade das carnes brasileiras. “Não podemos minimizar o que aconteceu. É uma difamação contra quem produz sem subsídios e com muito esforço”, afirmou.

Lira também expressou preocupação com os impactos da declaração nos mercados internacionais e sugeriu a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para explicar as medidas diplomáticas que estão sendo tomadas junto à França. Ele enfatizou que as empresas francesas precisam ser mais responsáveis nas informações que divulgam.

Sobre o projeto de reciprocidade ambiental, Lira destacou que o texto será elaborado com cautela e em diálogo com o Senado, onde já tramita uma proposta semelhante. O objetivo, segundo ele, é garantir que a legislação brasileira proteja os produtores nacionais sem comprometer as relações comerciais do país.

O presidente da Câmara aproveitou para exaltar a legislação ambiental brasileira, que, segundo ele, é uma das mais rigorosas do mundo. Ele sugeriu que, diante de pressões na COP 30, o Brasil reforce comparações entre suas políticas de proteção ambiental e as de países como a França, destacando áreas como reservas indígenas e quilombolas.

A declaração de Lira reflete um esforço do Congresso para equilibrar as exigências ambientais globais com a defesa do agronegócio brasileiro, setor estratégico para a economia nacional e frequentemente alvo de críticas em mercados internacionais.

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