O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva dos suspeitos apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. A decisão, assinada no sábado (21), foi divulgada nesta segunda-feira (23).
Entre os acusados estão Domingos Brazão, conselheiro do tribunal de contas do estado do Rio de Janeiro (tce-rj), o deputado federal Chiquinho Brazão, seu irmão, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da polícia civil do Rio. Os três estão presos desde março em presídios federais.
A investigação conduzida pela polícia federal aponta que o crime foi motivado pela oposição de Marielle aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que possuem vínculos com questões fundiárias em áreas controladas por milícias.
O caso também ganhou força com a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso de ter atirado contra Marielle. Segundo Lessa, os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa foram os mandantes do crime, e Barbosa teria participado dos preparativos para a execução.
Os acusados negam qualquer envolvimento no caso desde o início das investigações.
Em novembro, o 4º tribunal do júri do Rio de Janeiro condenou Lessa a 78 anos, nove meses e 30 dias de prisão. Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado no crime, recebeu uma pena de 59 anos, oito meses e dez dias.