O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quinta-feira (6) mais um pedido do general Walter Braga Netto para ampliar o prazo de defesa na denúncia pelo crime de golpe de Estado. A decisão mantém o prazo até as 23h59 de sexta-feira (7) para que o general apresente seus argumentos.
A defesa de Braga Netto havia solicitado prazo em dobro, alegando a complexidade do caso e o volume de provas, que incluem mais de 390 gigabytes de dados e mais de 110 mil arquivos. Além disso, argumentou que o general deveria apresentar sua defesa apenas após o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, com base na Lei de Colaboração Premiada. Moraes, no entanto, reafirmou que essa prerrogativa só se aplicaria após a aceitação da denúncia e eventual abertura de ação penal.
O ministro também rebateu alegações de que a defesa não teve acesso completo ao material probatório, assegurando que todos os documentos estão disponíveis. Os advogados do general, por outro lado, insistem que mais de mil arquivos não foram disponibilizados e que parte das provas ainda não foi digitalizada.
Braga Netto foi denunciado no final de fevereiro pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 32 pessoas. A denúncia aponta o general como peça-chave na suposta tentativa de golpe de Estado, incluindo a suposta disponibilização de dinheiro em espécie para financiar o plano.
Preso preventivamente desde dezembro do ano passado, Braga Netto é investigado por tentar obstruir as investigações da Polícia Federal. Segundo a PF, ele buscou informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid. A defesa nega qualquer tentativa de interferência no processo.