PF investiga desvio de emendas parlamentares em hospital do Rio Grande do Sul

A ação identificou indícios de desvios equivalentes a 6% dos valores repassados
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira a Operação EmendaFest, que apura fraudes no repasse de emenda parlamentar destinada ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. A ação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), identificou indícios de desvios equivalentes a 6% dos valores repassados.

Como parte da operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e afastamento de função pública de dois investigados. Segundo a investigação, o esquema teria desviado mais de R$ 500 mil por meio de pagamento de propina.

O caso tramita no STF por envolver Lino Rogério, chefe de gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), que foi afastado de suas funções. Flávio Dino justificou a medida citando o risco de uso do cargo público para práticas ilícitas. Apesar do envolvimento do assessor, o parlamentar não foi alvo das diligências e afirmou desconhecer a investigação.

Um relatório da PF, com mais de 100 páginas, detalha as negociações entre Rogério e o lobista Cliver Fiegenbaum, suposto intermediador do desvio de recursos. Conversas de WhatsApp anexadas ao inquérito indicam um acordo para a captação de emendas parlamentares. A PF aponta que um contrato firmado entre o hospital e uma empresa ligada a Fiegenbaum previa o pagamento de 6% dos valores captados, mas que sua real finalidade era viabilizar a lavagem de dinheiro por meio de notas fiscais fraudulentas. Três pagamentos, totalizando R$ 509,4 mil, foram identificados.

Além disso, funcionários do hospital são suspeitos de atuar para acobertar o esquema. Flávio Dino destacou que há transcrições de mensagens que indicam o envolvimento de diversos agentes ligados à instituição de saúde.

Em nota, o gabinete de Afonso Motta negou qualquer participação do deputado e informou que ele busca acesso aos autos para compreender o caso. A Agência Brasil ainda não conseguiu contato com a defesa de Cliver Fiegenbaum e do Hospital Ana Nery, mas permanece aberta a manifestações de ambas as partes.

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