O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) anunciou nesta quarta-feira (29) a suspensão temporária da iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a criação da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE (IBGE+). A medida foi justificada pela necessidade de mapear modelos alternativos e promover um diálogo com o Congresso Nacional sobre eventuais alterações legislativas.
Em nota oficial, o MPO afirmou que qualquer decisão futura será debatida internamente e em conjunto com os poderes Executivo e Legislativo. Além disso, o Ministério garantiu que apoiará o IBGE na formulação do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola de 2025, assegurando recursos orçamentários para treinamento e contratação de pessoal.
A suspensão foi comemorada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE), que considera a decisão uma vitória da mobilização dos servidores e da sociedade civil. No entanto, a entidade cobra esclarecimentos da direção do IBGE sobre o significado da “suspensão temporária” e exige a participação dos trabalhadores no debate sobre o futuro institucional do Instituto.
O sindicato agendou uma reunião com a presidência do IBGE para o dia 4 de fevereiro, com o objetivo de obter mais informações sobre o tema. A ASSIBGE também criticou outras decisões da atual gestão do IBGE, destacando medidas consideradas autoritárias e práticas antissindicais.
Na manhã desta quarta-feira, a ASSIBGE realizou um ato em frente à sede do IBGE, no Rio de Janeiro, em protesto contra a criação da fundação e contra atos do presidente do Instituto, Márcio Pochmann. O movimento reforça a preocupação dos trabalhadores com possíveis riscos institucionais e reforça a necessidade de um debate mais amplo sobre o futuro do IBGE.