Com as altas temperaturas deste período do ano, aumentam os casos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs), ou seja, aquelas em que os alimentos ou a água atuam como veículos para transmissão de organismos prejudiciais à saúde ou de substâncias tóxicas. As DTAs podem se manifestar através de infecções com a ingestão de um alimento que contenha microrganismos prejudiciais à saúde como bactérias e fungos ou por uma intoxicação alimentar que ocorre quando uma pessoa ingere alimentos com substâncias tóxicas, incluindo as toxinas produzidas pelos próprios microrganismos.
De acordo com a nutricionista do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Lissidna Cabral, o calor, associado principalmente à umidade, contribui para a proliferação de bactérias e fungos. “Alimentos com molhos como cremes, salgados recheados e sanduíches, quando expostos ao calor, são os mais suscetíveis à contaminação. É preciso ainda ter atenção redobrada com comidas em ‘self-service`. Esses estabelecimentos precisam obrigatoriamente manter os alimentos conservados em buffets térmicos com temperaturas acima de 60 graus e, no máximo, por seis horas. Assim como saladas e alimentos crus devem ser conservados abaixo de dez graus pelo mesmo período. Caso a pessoa leve as refeições de casa para o trabalho, as mesmas devem ser mantidas em geladeira até o momento de esquentar para consumir”, orienta.
No caso das refeições em ambiente hospitalar, Lissidna reforça que o tempo entre a produção dos alimentos e a entrega para os pacientes deve ser extremamente controlado, não ultrapassando o intervalo de duas horas para o consumo. “Além disso, procuramos montar cardápios com pratos sem molhos, maioneses ou recheios e descartamos todas as sobras das refeições, caso aconteça”, ressalta.
A nutricionista explica ainda que os sintomas das doenças transmitidas por alimentos podem variar de acordo com o tipo de bactéria ou toxina presente no alimento e reforça a necessidade de a população tomar bastante água nesta época do ano. “Os sintomas da intoxicação alimentar ou infecção são náusea, diarreia, vômitos, dor abdominal, mal-estar e febre. Mas isso pode variar de acordo com o tipo de bactéria que o alimento esteja contaminado, imunidade de cada indivíduo e também o nível de contaminação. No caso da intoxicação alimentar, os sintomas podem evoluir para boca seca, queda de visão, dentre outros. Daí a importância do paciente procurar uma avaliação médica ao suspeitar de qualquer contaminação por alimentos”, afirma.
Fonte- SESA