Baixa adesão à vacinação contra a dengue preocupa autoridades de saúde

O imunizante Qdenga recebeu registro da Anvisa em março de 2023 e foi incorporado ao SUS em dezembro do mesmo ano
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Um ano após o início da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a adesão ao imunizante segue abaixo do esperado. Das 6.370.966 doses distribuídas entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, apenas 3.205.625 foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público-alvo da campanha. O grupo concentra alto número de hospitalizações pela doença, ficando atrás apenas dos idosos, que não podem receber a vacina Qdenga, da farmacêutica Takeda, por restrições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A vacinação teve início em 521 municípios, selecionados com base em critérios epidemiológicos, como alta transmissão da doença e predominância do sorotipo 2 do vírus. Atualmente, todas as unidades federativas recebem doses, seguindo diretrizes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. No entanto, a oferta de vacinas segue limitada, já que a fabricante priorizou a distribuição para o SUS, restringindo contratos diretos com estados, municípios e redes privadas.

O imunizante Qdenga recebeu registro da Anvisa em março de 2023 e foi incorporado ao SUS em dezembro do mesmo ano. Em 2024, foi pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tornando-se elegível para compra por agências internacionais. A OMS recomenda a vacinação de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em áreas de alta transmissão, medida essencial diante da reintrodução do sorotipo 3 da dengue, ausente do país desde 2008 e que coloca grande parte da população em risco.

A baixa adesão preocupa especialistas e motivou a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) a emitir um alerta sobre a necessidade de ampliar a cobertura vacinal. A entidade destacou que apenas metade das doses distribuídas foi aplicada e que a vacinação está disponível apenas em cidades com alta incidência da doença. Enquanto isso, o Ministério da Saúde reforça que a principal estratégia de combate à dengue segue sendo o controle do vetor, intensificado pelo Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses e pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde, reativado no início de 2025.

O Brasil enfrenta um cenário alarmante. Em 2024, foram registrados 6.629.595 casos prováveis e 6.103 mortes por dengue, configurando a pior epidemia da história. No início de 2025, o país já contabiliza 230.191 casos prováveis e 67 mortes confirmadas, além de 278 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência da doença atinge 108 casos a cada 100 mil habitantes, reforçando a urgência de ampliar a vacinação e fortalecer medidas preventivas para conter a transmissão do vírus.

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