Os medicamentos terão o menor reajuste médio desde 2018, conforme resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) publicada no Diário Oficial da União. O teto de aumento foi fixado em 5,06%, correspondente à inflação oficial acumulada em 12 meses, mas esse percentual se aplicará a apenas 7% dos remédios disponíveis no mercado.
O reajuste não é imediato e depende do envio de relatórios de comercialização pelas empresas farmacêuticas à Cmed. Na prática, os novos preços só entram em vigor à medida que os estoques das farmácias forem renovados. Assim como em anos anteriores, os medicamentos são divididos em três níveis de reajuste, conforme o grau de concorrência no mercado: 5,06% para o nível 1, 3,83% para o nível 2 e 2,6% para o nível 3. Apesar do teto estabelecido, a maioria dos remédios (77,2%) pertence ao nível 3, que terá o menor percentual de aumento.
Os reajustes para os medicamentos de nível 2 e 3 são os menores registrados desde 2018. O aumento de 5,06% para os remédios de nível 1 supera o reajuste de 4,5% de 2024, mas fica abaixo dos 5,6% registrados em 2023. O cálculo do reajuste segue normas estabelecidas pela Lei 10.742/2003 e leva em conta a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além de fatores de produtividade e concorrência do setor farmacêutico.
A metodologia aplicada considera três componentes: o fator X, que mede a produtividade do setor; o fator Y, que reflete custos não captados pelo IPCA, como tarifas de energia e variação cambial; e o fator Z, que avalia a concorrência entre medicamentos. Para 2025, o ganho de produtividade do setor foi de 2,459%, enquanto o fator Y ficou negativo, resultando em um reajuste menor.
A classificação dos medicamentos nos três níveis segue critérios específicos: o nível 1 inclui os produtos mais competitivos, que não sofrem desconto do fator X; o nível 2 abrange mercados moderadamente concentrados, com desconto de 50% nesse fator; e o nível 3 compreende mercados altamente concentrados, com desconto integral do fator X. Dessa forma, a maioria dos medicamentos terá um aumento abaixo da inflação, garantindo um reajuste médio mais contido para os consumidores.