A preocupação com a presença de microplásticos no cotidiano ganha mais um capítulo com um estudo apresentado na American Chemical Society, em San Diego (EUA). A pesquisa revelou que a goma de mascar libera pequenas partículas de plástico no organismo durante a mastigação, potencialmente prejudicando a saúde.
O médico Wandyk Alisson, especialista em endocrinologia, metabologia e nutrição clínica, destaca que a ingestão dessas micropartículas pode desencadear inflamações, estresse oxidativo e desequilíbrios na microbiota intestinal. Além disso, substâncias tóxicas podem ser liberadas no organismo, aumentando os riscos de danos à saúde.
Entre os sintomas associados à presença de microplásticos no trato gastrointestinal, Wandyk menciona dor abdominal, inchaço, diarreia, constipação, náusea e vômito. Após a ingestão, essas partículas podem alcançar a corrente sanguínea e se distribuir por diversos órgãos, incluindo o fígado. “Uma única goma de mascar pode liberar centenas de microplásticos nos primeiros minutos de mastigação, elevando significativamente a exposição a essas partículas”, alerta o médico.
A pesquisa foi liderada pela estudante de doutorado Lisa Lowe, da Universidade da Califórnia (Ucla), e analisou 10 marcas populares de goma de mascar, divididas entre produtos naturais e sintéticos. O estudo apontou que as gomas naturais utilizam polímeros de origem vegetal, enquanto as sintéticas contêm polímeros derivados do petróleo, caracterizando a presença de plástico em sua composição.
Para medir a liberação de microplásticos, um voluntário mascou sete pedaços de goma de cada marca, por um período de quatro minutos cada. Durante a experiência, amostras de saliva foram coletadas a cada 30 segundos e, ao final, o indivíduo realizou um enxágue bucal, combinando todas as amostras para análise. Os resultados reforçam a necessidade de atenção ao consumo desse tipo de produto e seus possíveis impactos na saúde.