A partir de 2025, o esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil passa a ser realizado exclusivamente por meio de vacinas injetáveis. Crianças devem receber as doses aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de um reforço aos 15 meses. A tradicional vacina oral, conhecida como as “gotinhas”, foi retirada do calendário nacional de vacinação infantil em novembro do ano passado.
A decisão, segundo o Ministério da Saúde, visa reduzir os riscos associados à vacina oral, que utiliza o vírus enfraquecido. Em situações de saneamento inadequado, essa forma de imunização pode ocasionar casos da doença relacionados à própria vacina, o que motivou a mudança. O novo esquema vacinal é respaldado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização.
Evidências científicas e proteção ampliada
A adoção exclusiva da vacina inativada poliomielite (VIP) está fundamentada em estudos científicos e diretrizes internacionais. A OMS recomenda que a vacina oral seja reservada apenas para situações de surtos. Um exemplo recente ocorreu na Faixa de Gaza, onde, em 2023, um bebê de 10 meses que não havia sido imunizado contraiu poliomielite, marcando o primeiro caso na região em 25 anos.
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989, mas as taxas de cobertura vacinal têm caído de forma preocupante. Em 2022, apenas 77,19% das crianças receberam a imunização completa, distante da meta de 95%.
Vacinação e saúde coletiva
O Ministério da Saúde destaca que a vacinação é uma das estratégias mais eficazes para prevenir doenças graves e proteger a comunidade, incluindo indivíduos que não podem ser imunizados por razões de saúde. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) coordena campanhas que abrangem 19 vacinas, garantindo proteção em todas as fases da vida contra doenças como sarampo, rubéola e tétano.
A substituição da vacina oral pela injetável representa um avanço na prevenção da poliomielite, reforçando o compromisso do país com a saúde pública e o controle de doenças imunopreveníveis. O novo esquema vacinal reforça a importância de atingir altas taxas de cobertura para proteger a população de forma ampla e efetiva.