Ciência descobre método para fazer madeira brilhar no escuro

A inovação combina ciência e sustentabilidade, abrindo novas possibilidades de uso para a madeira em design e tecnologia
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Pesquisadores do instituto suíço ETH Zurich e do Swiss Federal Laboratories for Materials Science and Technology (Empa) desvendaram um método capaz de transformar madeira comum em um material bioluminescente, inspirado em fungos encontrados na natureza. A inovação combina ciência e sustentabilidade, abrindo novas possibilidades de uso para a madeira em design e tecnologia.

O fenômeno estudado é a bioluminescência, um processo natural em que organismos vivos produzem luz sem gerar calor. Embora amplamente observado em animais marinhos e insetos como os vagalumes, o mesmo não ocorre com frequência entre os fungos. A pesquisa utilizou o cogumelo-do-mel (Desarmillaria tabescens), uma espécie conhecida por apodrecer árvores, mas que agora se mostra promissora para aplicações tecnológicas.

Nos experimentos, os cientistas aplicaram o fungo em madeira balsa, permitindo que ele interagisse com o material por três meses. Durante esse período, o fungo incubado ativou reações enzimáticas responsáveis por emitir uma luz esverdeada constante. Após ser exposta ao ar, a madeira começa a brilhar em cerca de 10 horas, mantendo o efeito por aproximadamente dez dias.

A luz é resultado da interação entre duas substâncias químicas naturais presentes nos fungos: a enzima luciferase e os compostos luciferinas. Esse mesmo processo ocorre em outros organismos bioluminescentes, mas sua aplicação na madeira representa uma inovação no campo da ciência de materiais.

Os pesquisadores acreditam que a madeira luminosa poderá ser utilizada em uma ampla gama de produtos, desde móveis decorativos até o design de joias. Além disso, a tecnologia oferece um uso mais sustentável para a madeira, que, nas formas tradicionais, está associada a impactos ambientais significativos.

Embora pedaços de madeira bioluminescente possam ser encontrados na natureza, são extremamente raros. A recriação do efeito em laboratório, como descrita no estudo publicado na revista Advanced Science, mostra que a ciência está cada vez mais próxima de aproveitar processos naturais para desenvolver materiais inovadores e ambientalmente responsáveis.

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