Descoberta de dois novos planetas desafia teorias sobre formação de sistemas planetários

Astrônomos descobriram fora do Sistema Solar uma super-Terra interna e um planeta gigante gelado externo
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Uma equipe de astrônomos da Universidade de Warwick, na Inglaterra, e da Universidade de Genebra, na Suíça, revelou a existência de dois novos planetas fora do Sistema Solar, no sistema WASP-132. As descobertas, publicadas na revista Astronomy & Astrophysics, destacam uma super-Terra interna e um gigante gelado externo, colocando em xeque as teorias atuais sobre a formação e evolução de sistemas planetários.

A super-Terra, um planeta rochoso com seis vezes a massa da Terra, tem uma órbita extremamente rápida, completando uma volta ao redor de sua estrela em apenas 24 horas e 17 minutos. Já o gigante gelado, com cinco vezes a massa de Júpiter, orbita a estrela em um período de cinco anos. Essas características desafiam a ideia de que planetas conhecidos como “Júpiteres quentes” — gigantes gasosos com massas semelhantes às de Júpiter e que orbitam muito perto de suas estrelas — existiriam de forma isolada em seus sistemas planetários.

Até então, acreditava-se que a migração desses Júpiteres quentes em direção à estrela central ejetaria outros planetas devido à instabilidade orbital. A descoberta do sistema WASP-132, no entanto, sugere uma dinâmica mais complexa e estável, indicando a possibilidade de migração “fria” desses gigantes através de um disco protoplanetário ao redor de estrelas jovens.

David Armstrong, professor da Universidade de Warwick, destacou a raridade da super-Terra próxima de um Júpiter quente. “Realizamos uma campanha intensiva com instrumentos avançados para determinar a massa, densidade e composição desse planeta, revelando características muito semelhantes às da Terra”, afirmou.

Para François Bouchy, da Universidade de Genebra, a configuração inédita do sistema WASP-132 transforma este em um laboratório natural para compreender sistemas multiplanetários. “A presença de um Júpiter quente ao lado de uma super-Terra interna e um gigante gelado externo desafia nossa compreensão sobre como esses sistemas se formam e evoluem”, explicou.

Os pesquisadores acreditam que o sistema WASP-132 é fundamental para aprofundar o entendimento sobre a interação gravitacional entre planetas e suas estrelas. As observações continuam com o satélite Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA), que desde 2014 monitora variações nas posições estelares para identificar possíveis companheiros planetários adicionais.

O estudo do WASP-132 é um marco que amplia os limites do conhecimento astronômico e questiona suposições estabelecidas sobre a dinâmica e a estabilidade de sistemas planetários.

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