Descoberta de tumba monumental no Egito pode revelar segredos de dinastia esquecida

O anúncio oficial da descoberta foi feito no final de março pelo Museu Penn, ligado à instituição
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Uma tumba monumental recém-descoberta em Abidos, no Egito, reacendeu o interesse por um dos períodos mais obscuros da história faraônica. Escavada a cerca de sete metros de profundidade sob uma formação natural considerada sagrada, a estrutura funerária de calcário, com múltiplos cômodos e entrada decorada, impressiona tanto pelo tamanho quanto pelo mistério que ainda guarda.

O local foi encontrado em janeiro por uma equipe liderada pelo egiptólogo Josef Wegner, da Universidade da Pensilvânia. O anúncio oficial da descoberta foi feito no final de março pelo Museu Penn, ligado à instituição. Apesar da grandiosidade da tumba, o nome de seu ocupante permanece um enigma. Saqueadores antigos danificaram os textos hieroglíficos na entrada, impedindo a identificação do monarca ali sepultado. Também não foram encontrados restos humanos que pudessem fornecer pistas adicionais.

Os pesquisadores acreditam que a tumba pertence a um rei da chamada Dinastia de Abidos, que governou o Alto Egito entre 1640 e 1540 a.C., durante o instável Segundo Período Intermediário. Esta linhagem, pouco documentada e frequentemente esquecida nos registros oficiais, tem sido lentamente revelada por descobertas arqueológicas como essa.

A nova câmara funerária, a maior já encontrada entre as oito tumbas atribuídas à dinastia até agora, pode ter pertencido a um rei anterior a Seneb-Kay, único faraó da linhagem cujo nome foi preservado até hoje. Por sua localização e porte, os especialistas suspeitam que o túmulo possa ser de Senaiib ou Paentjeni, governantes mencionados apenas em monumentos fragmentados.

A tumba está situada na chamada Montanha de Anúbis, uma formação piramidal que abrigava a antiga necrópole de Abidos, considerada a cidade sagrada de Osíris e um dos mais reverenciados cemitérios reais do antigo Egito. Wegner lembra que a descoberta reforça a teoria proposta em 1997 pelo egiptólogo Kim Ryholt sobre a existência da dinastia regional em um momento de fragmentação política no país.

Sem menções formais nos registros tradicionais, a história dessa linhagem só tem sido reconstruída a partir de vestígios materiais encontrados em escavações. A mais recente descoberta amplia o conhecimento sobre a influência e os recursos de um rei que, até então, permanecia perdido no tempo.

A tumba, além de seu valor histórico e arqueológico, representa uma nova peça em um quebra-cabeça milenar que ainda guarda muitos segredos sob as areias do deserto egípcio.

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