Tecnologia e ciência desvendam os segredos da Amazônia

Mais de 40 sensores espalhados pelo ecossistema realizam um monitoramento contínuo
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Os sons da Amazônia ecoam como uma sinfonia natural: o canto dos pássaros, a vibração discreta de uma onça-pintada ao caminhar e a comunicação submersa dos pirarucus compõem uma harmonia única. Para o biólogo Emiliano Ramalho, esse concerto da biodiversidade reflete o equilíbrio do ecossistema amazônico, onde cada espécie é um instrumento vital. Quando um deles se cala, o descompasso denuncia desequilíbrios que precisam ser monitorados.

Ramalho, diretor técnico-científico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, lidera o Projeto Providence, que utiliza tecnologia avançada para estudar a fauna da floresta. Mais de 40 sensores espalhados pelo ecossistema realizam um monitoramento contínuo, captando sons e imagens que revelam comportamentos antes impossíveis de serem observados. Para o pesquisador, essas ferramentas funcionam como um “sétimo sentido”, potencializando a capacidade humana de compreender o ambiente.

Especialista em ecologia de onças-pintadas, Ramalho foi pioneiro em documentar cientificamente a adaptação do felino às áreas de várzea, onde o animal sobrevive por meses em árvores durante os períodos de inundação. Para ele, a onça-pintada e a floresta formam um ciclo de interdependência: a preservação de uma é essencial para a existência da outra.

Enquanto Ramalho se dedica ao estudo dos animais, o ecologista digital Thiago Sanna Freire Silva foca nas dinâmicas das árvores e da vegetação amazônica. Utilizando a tecnologia Lidar, que mapeia o ecossistema em 3D, Silva investiga os impactos das mudanças climáticas em florestas inundáveis. A pesquisa analisa como secas e cheias extremas afetam a saúde das árvores, expondo-as ao estresse hídrico e a condições mais vulneráveis.

Ambos os cientistas acreditam que a combinação de tecnologia, pesquisa e conservação pode ser a chave para proteger a Amazônia em um cenário de crescentes desafios ambientais. Suas iniciativas não apenas desvendam os mistérios da floresta como também iluminam caminhos para garantir sua sobrevivência e a de todas as espécies que dela dependem.

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