Telescópio James Webb revela planeta que mergulhou rumo à própria destruição

A cena cósmica, testemunhada na direção da constelação da Águia, deixou vestígios claros
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Um planeta localizado a cerca de 12 mil anos-luz da Terra protagonizou um dos eventos mais dramáticos já observados na astronomia moderna: sua própria queda fatal rumo à estrela que orbitava. O que se acreditava ser um caso clássico de uma estrela em expansão engolindo um planeta revelou-se, à luz de novas observações do Telescópio Espacial James Webb, uma trajetória de autodestruição provocada pela lenta deterioração orbital do planeta, que mergulhou no astro como uma mariposa em direção à chama.

A cena cósmica, testemunhada na direção da constelação da Águia, deixou vestígios claros. O Webb detectou gás quente formando um anel em torno da estrela e uma nuvem de poeira fria se espalhando no espaço — sinais de que a colisão liberou enormes quantidades de material estelar. Segundo o astrônomo Ryan Lau, do NOIRLab da Fundação Nacional de Ciência dos EUA, parte significativa da estrela foi expelida no momento do impacto, revelando os efeitos catastróficos desse tipo de evento.

O planeta, provavelmente um gigante gasoso com múltiplas vezes a massa de Júpiter, pertencia à categoria dos chamados “Júpiteres quentes”, conhecidos por orbitarem suas estrelas a distâncias extremamente curtas. O coautor do estudo, Morgan MacLeod, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, explicou que a interação gravitacional constante fez com que o planeta começasse a raspar na atmosfera da estrela, aumentando o atrito até que fosse inevitavelmente puxado para o interior dela.

O processo destrutivo arrancou camadas gasosas do planeta e provocou a ejeção de gás e poeira pela estrela, gerando um espetáculo luminoso que, mesmo ocorrido há milênios, só agora alcança os telescópios da Terra. Ainda que os detalhes exatos do destino do planeta permaneçam desconhecidos, os cientistas apostam em modelos computacionais para reconstruir os acontecimentos.

O fenômeno, além de ser um raro registro de um planeta sendo consumido, oferece pistas valiosas sobre o destino que outros mundos podem ter. Embora o sistema solar atual esteja em uma configuração estável, o futuro reserva mudanças. Em cerca de cinco bilhões de anos, o Sol deve entrar em sua fase de gigante vermelha, podendo engolir planetas como Mercúrio, Vênus e até a Terra.

As novas evidências sugerem que o colapso orbital pode ser um fim mais comum para muitos planetas do que se imaginava. Em vez de esperar que a estrela se expanda até eles, alguns mundos podem estar destinados a cair lentamente rumo à destruição, guiados por forças invisíveis e inevitáveis. Para os cientistas, observar esses eventos a anos-luz de distância é uma forma de compreender melhor não apenas os ciclos de vida dos planetas, mas também o futuro longínquo do próprio lar cósmico da humanidade.

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