Um novo estudo apresentado pela farmacêutica Gilead revelou que o medicamento lenacapavir pode prevenir infecções pelo HIV com apenas uma aplicação anual. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (12), indica que a proteção da substância dura até 56 semanas, superando as estimativas iniciais de um esquema semestral.
Diferentemente dos testes anteriores, em que o remédio era aplicado de forma subcutânea, a nova abordagem utilizou uma injeção intramuscular mais profunda. Isso garantiu concentrações plasmáticas acima do nível necessário para prevenção por mais de um ano, o que reforça o potencial de uma versão com dose única anual.
Embora não seja uma vacina, o medicamento atua como um antirretroviral preventivo, semelhante à PrEP em comprimidos, que exige uso diário para evitar a infecção pelo HIV. A possibilidade de uma aplicação anual pode facilitar a adesão ao tratamento e reduzir falhas causadas pelo esquecimento, como destacou Jared Baeten, vice-presidente sênior da Gilead.
O estudo de fase 1 envolveu 40 voluntários saudáveis, entre 18 e 55 anos, que receberam uma dose única de 5 mil mg. Os resultados mostraram níveis superiores aos observados na formulação semestral, com 95% de concentração acima do limiar necessário para eficácia.
Testes anteriores já demonstravam que o lenacapavir semestral apresentava maior proteção do que a PrEP tradicional. Em um ensaio clínico divulgado em 2024, a taxa de infecção entre os que receberam a injeção foi de apenas 0,04%, enquanto os usuários da PrEP oral tiveram um índice de 0,11%.
Apesar dos avanços, o medicamento ainda não foi aprovado para uso em nenhum país. Registrado sob o nome comercial Sunlenca, ele permanece em fase experimental e depende da conclusão de estudos clínicos para ser submetido às agências reguladoras. Enquanto a ciência avança na prevenção, a busca por uma cura definitiva para o HIV continua.
