Brasil ainda precisa imunizar grupos de risco contra a covid-19

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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A primeira dose foi aplicada na enfermeira Mônica Calazans, que recebeu a Coronavac

O Brasil completou três anos do início da vacinação contra a covid-19 neste domingo (17). A primeira dose foi aplicada na enfermeira Mônica Calazans, que recebeu a Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela Sinovac. Desde então, o país já vacinou mais de 200 milhões de pessoas com pelo menos uma dose, o que representa cerca de 95% da população adulta. No entanto, ainda há desafios para aumentar a imunização dos grupos de risco, como idosos, gestantes, pessoas com comorbidades e profissionais de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento, 82% dos idosos com 60 anos ou mais receberam as duas doses ou a dose única da vacina. Entre as gestantes, o índice é de 64%. Já entre as pessoas com comorbidades, que incluem doenças crônicas, cardiovasculares, respiratórias, renais, neurológicas, entre outras, a cobertura vacinal é de 76%. Entre os profissionais de saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia, o percentual é de 88%.

Esses números estão abaixo da meta estabelecida pelo governo, que é de vacinar 90% de cada grupo prioritário. Segundo o médico infectologista Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa, é preciso intensificar as ações de busca ativa, conscientização e esclarecimento para alcançar esse objetivo. Ele lembrou que, apesar da queda nos casos e nas mortes pela covid-19, o vírus ainda circula e pode causar complicações graves, principalmente nos grupos mais vulneráveis.

“Continuam acontecendo mortes pela covid-19. Então uma questão importante é atualizar o calendário vacinal. Temos que ir atrás das pessoas que não se vacinaram, que não completaram o esquema vacinal, que não tomaram a dose de reforço. Temos que convencer essas pessoas de que a vacina é a melhor forma de se proteger e de proteger os outros”, afirmou.

Vecina também destacou os avanços que o Brasil conseguiu na vacinação, apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia, como a escassez de doses, a falta de coordenação nacional, a desinformação e o negacionismo. Ele elogiou o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede de atenção primária, que foram responsáveis pela distribuição e aplicação das vacinas em todo o território nacional.

“O SUS mostrou a sua força, a sua capilaridade, a sua competência. Conseguimos controlar a pandemia graças à expansão da vacinação. Foi um trabalho coletivo, de muitos profissionais, de muitas instituições, de muitos parceiros. Foi um exemplo de solidariedade e de cidadania”, disse.

A enfermeira Mônica Calazans, que se tornou um símbolo da vacinação no Brasil, também celebrou os três anos da sua imunização. Ela disse que se sente honrada por ter sido a primeira brasileira a receber a vacina e que espera que todos possam ter acesso à imunização. Ela também contou como foi a mudança na sua rotina após a vacina, que lhe trouxe mais segurança e tranquilidade.

“Eu lembro do momento com muita emoção, foi um marco na minha vida e na história do país. Eu estava representando os brasileiros, que não tinham esperança de nada. E eu consegui trazer um pouco de esperança no coração brasileiro. Foi uma questão de muita alegria, emoção misturada com esperança. Foi um fervilhão de sentimentos naquele dia”, disse.

“Hoje eu consigo andar sem máscara, eu consigo ver o sorriso das pessoas, eu pego na mão das pessoas, porque anteriormente eu não pegava na mão de ninguém. Eu consigo abraçar as pessoas, eu consigo viajar, eu consigo fazer as coisas que eu gosto. A vacina me devolveu a liberdade, a alegria de viver”, completou.

Ela ressaltou, no entanto, que a vacinação não significa o fim da pandemia e que é preciso manter os cuidados básicos, como o uso de máscara, o distanciamento social e a higiene das mãos. Ela também fez um apelo para que as pessoas que ainda não se vacinaram ou que não completaram o esquema vacinal procurem os postos de saúde e façam a sua parte.

“A vacina é a nossa única arma contra a covid-19. A vacina salva vidas, a vacina é segura, a vacina é eficaz. Eu peço que as pessoas não tenham medo, não acreditem em fake news, não se deixem levar por ideologias. A vacina é uma questão de saúde pública, de responsabilidade social, de amor ao próximo. Vamos nos vacinar, vamos nos proteger, vamos proteger o Brasil”, concluiu.

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