A quadrilha vitimava pessoas com 65 anos ou mais que têm renda familiar per capita de até 1/4 do salário-mínimo

Uma operação da Polícia Federal (PF) desarticulou uma quadrilha que fraudava o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao Idoso, destinado a pessoas com 65 anos ou mais que têm renda familiar per capita de até 1/4 do salário-mínimo.

A operação Melhor Idade cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão em dois estados – Piauí e Goiás – e no Distrito Federal. Segundo a PF, os prejuízos gerados aos cofres públicos pela organização criminosa chegam a R$ 13 milhões.

As investigações começaram em 2019, após a identificação de indícios de fraudes em 268 cadastros de pessoas físicas (CPF’s) fictícios, criados para obter o BPC. A PF descobriu que os criminosos usavam documentos falsos de indivíduos com mais de 65 anos, que teriam direito ao benefício, que equivale a um salário-mínimo por mês.

Com esses documentos, a quadrilha conseguiu obter 208 benefícios fraudulentos, dos quais 151 ainda estavam ativos, gerando um prejuízo anual de cerca de R$ 2,7 milhões.

Após a apresentação das evidências da investigação, a Justiça do Distrito Federal determinou o cancelamento dos benefícios obtidos ilegalmente, o bloqueio de imóveis, veículos e contas, no valor de R$ 13 milhões, vinculados aos investigados e aos CPFs falsos, e o cancelamento dos CPF’s.

A ordem judicial também prevê a suspensão imediata dos benefícios, o bloqueio de contas bancárias, a restrição em veículos e imóveis, e a verificação de eventuais empresas cadastradas registradas nos benefícios falsos.

Os envolvidos na fraude vão responder pelos crimes de estelionato qualificado, associação criminosa, falsificação de documento público, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.