Planos de saúde, tomate e cebola influenciam inflação de março

Foto: EBC/Arquivo
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Em comparação, a inflação de fevereiro foi de 0,83%

Os preços dos planos de saúde, tomate e cebola foram os principais responsáveis pela inflação de 0,16% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março deste ano, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação, a inflação de fevereiro foi de 0,83%.

O preço da cebola cresceu 14,34% no mês, enquanto o do tomate aumentou 9,85%. A banana prata também teve um aumento expressivo de 7,79%. “Esses três produtos tiveram altas em março influenciadas por uma menor oferta. Temos uma questão histórica do aumento dos preços dos alimentos no verão, por conta de altas temperaturas e altos índices de chuvas que prejudicam as colheitas. Em 2024, esse efeito foi intensificado por conta do El Niño”, explica o pesquisador do IBGE, André Almeida.

Outros alimentos que tiveram aumentos significativos incluem açaí (14,20%), alho (7,90%), mamão (6,40%), laranja pera (5,49%), ovo de galinha (4,59%), leite longa vida (2,63%) e refrigerante e água mineral (1,23%). Esses aumentos contribuíram para a inflação dos alimentos no mês (0,53%) e foram alguns dos principais responsáveis pelo IPCA de março. No entanto, o grupo alimentação e bebidas teve uma redução em sua taxa em relação a fevereiro, quando havia sido registrado um índice de 0,95%.

Os planos de saúde também tiveram uma contribuição relevante para a alta de preços de março, com uma variação de 0,77% no mês. “Isso se refere à apropriação mensal do reajuste autorizado pela ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]”, avalia Almeida. O grupo saúde e cuidados pessoais teve inflação de 0,43%, influenciado também pela alta dos produtos farmacêuticos (0,52%).

Por outro lado, o grupo transportes registrou deflação (queda de preços) de 0,33%, ajudando a frear a inflação oficial como um todo, pois o IPCA recuou de 0,83% em fevereiro para 0,16% em março. A queda de 9,14% das passagens aéreas foi um dos itens que mais contribuíram para o recuo da taxa de inflação no mês. O gás veicular (-2,21%), o óleo diesel (-0,73%) e a tarifa do ônibus urbano (-0,06%) também tiveram deflação.

Os grupos comunicação (-0,13%) e artigos de residência (-0,04%) também apresentaram deflação em março. O item educação, que tinha sido o grande responsável pela inflação de fevereiro, com uma taxa de 4,98%, em março registrou uma taxa de apenas 0,14%, contribuindo também para a queda do IPCA.

Os demais grupos de despesas apresentaram as seguintes taxas de inflação: habitação (0,19%), vestuário (0,03%) e despesas pessoais (0,33%). Entre as capitais e regiões metropolitanas, a maior alta de preços foi observada em São Luís (0,81%). Porto Alegre foi a única a apresentar deflação (-0,13%).

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