Diabetes na gestação: um desafio silencioso

Fotos: Thiago Mendes e Helene Santos (Casa Civil)
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O diagnóstico é feito por meio do exame de glicemia em jejum e do teste oral de tolerância à glicose

A diabetes na gestação é uma condição que atinge 18% das gestantes no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). A fisioterapeuta Rosemeire Cardoso, 37 anos, é uma das mulheres que enfrentam esse desafio. Em sua segunda gestação com diabetes, ela destaca a importância da disciplina e do apoio social para lidar com a condição.

A diabetes pode afetar mulheres que já têm diabetes mellitus tipo 1 (DM1), diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou mesmo aquelas sem diagnóstico prévio da doença, mas que desenvolvem intolerância à glicose durante a gravidez. “A doença acontece totalmente sem sintomas. Para descobrir se tem, a grávida precisa fazer o exame”, alerta a endocrinologista Cristina Façanha, coordenadora-geral do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH).

O diagnóstico é feito por meio do exame de glicemia em jejum e do teste oral de tolerância à glicose, conhecido como “exame do líquido doce”. A SBD recomenda a realização desses exames já no início da gestação e a partir da 24ª semana.

O tratamento envolve a adoção de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, uma alimentação balanceada e o monitoramento constante dos índices de glicemia. “O metabolismo da glicose do bebê é totalmente normal, mas tudo que a mãe come é dividido entre ela e o filho”, explica Cristina.

Rosemeire destaca o impacto psicológico da condição e a pressão social para que as grávidas estejam sempre comendo. “Existe um impacto na vida da gente, inclusive psicológico. Mas tudo é disciplina. Comecei a me conscientizar. Quando a nutricionista diz que não pode comer, não pode comer”, conta.

Se não controlada, a diabetes gestacional pode trazer riscos para o desenvolvimento da criança, que pode apresentar má formação ou nascer com macrossomia, ou seja, pesar mais de 4 kg. Além disso, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 é aumentado para a mulher que teve diabetes gestacional.

Por isso, é fundamental que a mulher retorne à consulta no pós-parto. “Aquele mesmo ‘exame do líquido doce’ deve ser refeito após o parto, porque o médico precisa classificar se aquela mulher ficou com alto risco de desenvolver diabetes ou se a tolerância à glicemia ficou totalmente normal”, previne Cristina. Esse cuidado é necessário tanto para a saúde da mulher quanto para o planejamento saudável de uma nova gestação, evitando complicações.

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