Após fugas e com delegacias lotadas, Buenos Aires colocará detentos em contêineres

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A cidade de Buenos Aires passará a alojar detentos em contêineres para ampliar sua capacidade em delegacias e centros transitórios de detenção, que estão com superlotação.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (3) pelo prefeito de Buenos Aires, Jorge Macri, após quatro fugas de presos em estabelecimentos de segurança serem registradas somente em abril.

“Construíram-se módulos para gerar respiros até que os detidos sejam levados ao serviço penitenciário”, disse o prefeito portenho sobre os contêineres, qualificando a iniciativa como “melhoras físicas”.

Ao todo, 19 contêineres ficarão dentro do limite físico de três delegacias, protegidos por muros e cercas já existentes, ampliando a capacidade de detenção temporária da cidade em 300 lugares.

Ao lado da ministra da segurança de Javier Milei, Patricia Bullrich, Macri disse ter herdado a superlotação de delegacias e centros transitórios de detenção do governo anterior. Segundo ele, o número de presos na cidade saltou de 60 em 2020 para mais de 2000 em 2024.

Segundo a prefeitura, a quantidade de detidos ultrapassa “amplamente” os lugares disponíveis e 20% dos detidos, por já terem sido condenados, deveriam estar em penitenciárias federais.

“Não vamos deixar de prender delinquentes na cidade de Buenos Aires”, garantiu Macri, atribuindo a superlotação a “uma polícia mais operativa”. Segundo a prefeitura portenha, cerca de 80 pessoas são presas diariamente na capital.

Para desafogar o sistema, o prefeito também disse que irá colocar à disposição da justiça duas mil tornozeleiras eletrônicas para possibilitar que presos de menor periculosidade sejam mantidos em prisão domiciliar.

Ele também afirmou que irá avançar com a deportação de “estrangeiros ilegais”, já que 340 detidos, alguns inclusive condenados, não são argentinos. “Não tem sentido que a Argentina gaste recursos com alguém que vem delinquir”, disse Macri.

Segundo a prefeitura, o objetivo é que as três medidas – módulos, tornozeleiras eletrônicas e deportações – sejam incorporadas nos próximos 90 dias, liberando pelo menos 600 lugares em delegacias e centros transitórios de detenção.

O anúncio é realizado após quatro fugas de estabelecimentos de segurança serem registradas somente em abril. Desde o começo do ano, 19 presos já fugiram de delegacias e centros transitórios de prisão. Em 2023, o total de fugitivos chegou a 41.

Fonte- CNN

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