Garçom que matou vereador a facadas teria agido em reação a assédio moral no trabalho

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Apesar da direção em que a investigação caminha, há autoridades do município de Camocim que contestam a hipótese de que o suspeito teve um surto.

Antônio Charlan Rocha Souza, de 34 anos, trabalhava como garçom em um restaurante na orla do município de Camocim, no litoral leste do Ceará, quando decidiu atacar quatro pessoas a facadas no local, incluindo o vereador César Araújo Veras (PSB). O caso aconteceu em 28 de abril deste ano.

Conforme informou ao Metrópoles o delegado Eduardo Rocha, responsável pela investigação do caso, o acusado de cometer o crime pode ter agido em reação a assédio moral sofrido por ele no trabalho. A hipótese investigada é a de que ele queria atingir pessoas ligadas a Euclides Oliveira Neto, dono do estabelecimento comercial e patrão de Antônio Charlan. O proprietário também foi um dos esfaqueados durante o ataque.

O parlamentar assassinado não tinha ligação com o acusado, apesar de ter sido atacado poucos instantes após chegar ao restaurante. Ele era, no entanto, amigo do proprietário do estabelecimento, assim como as outras vítimas atingidas.

O delegado conta que um elemento que chamou a atenção durante a investigação é que no aparelho celular do suspeito não foram encontrados sinais de crime político, comunicação com mandantes ou indícios semelhantes. Foram encontrados, no entanto, vários registros de buscas na internet sobre assédio moral no trabalho.

Apesar da direção em que a investigação caminha, há autoridades que contestam a motivação. Na última semana, o vereador Emanoel Vieira (PDT), presidente da Câmara Municipal de Camocim, disse em pronunciamento no plenário que o colega foi deliberadamente assassinado e “não houve surto”.

“Eu vi a cronologia das câmeras, não as imagens que divulgaram na internet, na hora do crime, vi o antes. E foi um assassinato, ele foi assassinado, e vamos cobrar a Justiça”, pontuou, dizendo ainda que deixou todos os advogados da Câmara Municipal à disposição para tratar do caso.

Ele pontuou ainda, na ocasião, que houve interferência nas investigações da polícia sobre o assassinato. “Vereadores, pasmem, porque teve gente que dificultou o trabalho da polícia. Tudo isso vai ser apurado, eu não estou acusando ninguém, mas estou dizendo o que tem conhecido, diante dos inquéritos, diante das investigações.”

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