PF investigará suspeita de novo “dia do fogo” em São Paulo

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O diretor-geral da PF revelou que já existem 31 inquéritos em andamento para apurar condutas criminosas relacionadas a incêndios

Nesta semana, o estado de São Paulo foi tomado por incêndios de grande proporção, levantando suspeitas de ações criminosas semelhantes ao “dia do fogo” de 2019. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, confirmou neste domingo (25) que a Polícia Federal (PF) foi acionada para investigar as causas dos incêndios, que têm atingido vários municípios simultaneamente. A ministra visitou a sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília, onde expressou sua preocupação com a possível repetição do cenário de 2019, quando criminosos orquestraram incêndios em mais de 470 propriedades rurais.

Marina Silva destacou a gravidade da situação, afirmando que o governo federal está em uma “verdadeira guerra contra o fogo e a criminalidade”. Ela explicou que o surgimento quase simultâneo de diversos focos de incêndio em São Paulo é uma situação atípica, diferente de tudo o que já foi visto em experiências anteriores de combate ao fogo no país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também esteve presente na sala de situação do Prevfogo, onde garantiu recursos e ações do governo para enfrentar as chamas. “A gente acaba de apagar o fogo, você vira as costas e ele acende outra vez”, lamentou Lula, evidenciando a dificuldade de controlar os incêndios que, segundo ele, têm características suspeitas.

Além do presidente e da ministra, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, também estiveram na sala de situação para acompanhar o monitoramento dos focos de incêndio em tempo real através de imagens de satélite.

Marina Silva reforçou as suspeitas de ação criminosa, enfatizando que não é normal a ocorrência de tantas frentes de incêndio em um curto período. Ela fez um apelo para que as pessoas parem de atear fogo, lembrando que as consequências afetam não apenas estados e municípios, mas todo o Brasil.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, revelou que já existem 31 inquéritos em andamento para apurar condutas criminosas relacionadas a incêndios na Amazônia e mais 20 no Pantanal. Além disso, duas investigações específicas foram abertas para tratar da situação em São Paulo. Rodrigues mencionou o uso de tecnologias avançadas, como a retroação de imagens de satélite, para identificar a origem dos focos de calor, ferramenta que será crucial para as investigações.

O governo paulista informou que atualmente 21 cidades do estado enfrentam focos de incêndio ativos, enquanto outras 46 estão em alerta máximo. A fumaça gerada pelos incêndios, impulsionada por ventos favoráveis, tem atingido regiões centrais do país, cobrindo cidades como Brasília, Goiânia e Belo Horizonte.

O governo federal mobilizou um número recorde de brigadistas para combater os incêndios florestais neste ano, com 1,4 mil atuando na Amazônia e 800 no Pantanal. Helicópteros da Marinha e do Exército foram enviados a São Paulo para reforçar o combate às chamas.

A situação, que poderia ter sido ainda mais grave se o governo federal não tivesse se preparado desde o início do mandato de Lula, destaca a complexidade do combate ao fogo e a necessidade de uma investigação rigorosa para punir os responsáveis.

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