O ano de 2024 marcou um preocupante aumento nos números de homicídios no Ceará, interrompendo uma sequência de três anos de estabilidade ou queda nos índices de violência. Dados divulgados pelo Ministério da Justiça apontam que a taxa de assassinatos por 100 mil habitantes passou de 32,3 em 2023 para 35,4 em 2024, um crescimento de 10,2% no número total de mortes violentas, que chegou a 3.272 casos no último ano.
Apesar de ações como o programa Ceará contra o Crime, lançado em agosto de 2024, e uma leve redução nas mortes violentas em Fortaleza no segundo semestre (-3,6%), a violência estadual como um todo voltou a avançar, colocando o Ceará como o segundo estado do país com maior aumento nos índices, atrás apenas de Pernambuco.
O confronto entre facções criminosas tem sido apontado como uma das principais razões para a escalada da violência. Em várias ocasiões, inocentes foram vítimas de homicídios motivados apenas por atravessar limites territoriais de grupos rivais. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em 2024, quando um adolescente turista de São Paulo foi morto por membros do Comando Vermelho, evidenciando a gravidade da situação.
Histórico de oscilações
Os números de assassinatos no Ceará nos últimos anos destacam a volatilidade da violência no estado. Após atingir o pico histórico de 5.114 homicídios em 2017, os índices apresentaram redução em 2018 e 2019, chegando a 2.235 casos naquele ano. Contudo, a curva voltou a subir em 2020, quando foram registradas 4.039 mortes, estabilizando em torno de 3.000 casos entre 2021 e 2023.
A situação atual reflete o desafio das autoridades em conter a influência das facções criminosas no estado. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social reafirmou seu compromisso com a redução dos homicídios, destacando o reforço das operações policiais e a intensificação do combate às organizações criminosas.
Panorama nacional
No cenário nacional, São Paulo e Santa Catarina seguem como os estados com as menores taxas de homicídio do Brasil, contrastando com a alta registrada no Ceará. O aumento da violência no estado, no entanto, evidencia um problema mais amplo e complexo, que exige esforços integrados entre segurança pública, justiça e políticas sociais para reverter a tendência.